Mastite

 quando com mais ou menos sete meses de gestação já estava saindo certo “leitinho” do meu peito. Ou seja, já estava vazando e eu tive inclusive que colocar os absorventes para poder seguir com o meu trabalho e não “fazer feio” na rua. Meus peitos sempre foram relativamente médios e com os hormônios da gravidez eles ficaram simplesmente e-n-o-r-m-e-s. Então pensei, - ok! Não vou precisar me preocupar, pois terei leite para amamenta-la. Uma coisa que eu descobri é que ter pouco leite é ruim, mas ter muito leite também não é bom. Meus peitos simplesmente ficavam duros, minha filha por mais que mamasse super direitinho tinha que fazer um esforço danado que acabava se cansando e pegando no sono, o que acontecia era que 10 minutos depois ela queria mamar “novamente” e assim ficávamos o dia inteiro. O Resultado foi que uma semana depois de sair da maternidade fomos consultar a pediatra e descobrimos que a minha bebê não tinha conseguido recuperar nem o peso de quando nasceu. Isso me deixou muito aflita, resolvi comprar uma bombinha e ia tirando o leite p/ ela. Nos primeiros dias começou a dar certo deixava para amamenta-la apenas a noite, mas mesmo assim acordava com os peitos super inchados e a cama lavada em leite. Aquele sonho da amamentação foi me cortando aos poucos, não foi nem de perto como eu esperava, mas continuei, pois eu queria muito nutri-la. Numa noite mais ou menos 4 horas da manhã acordei com meu peito queimando, mal conseguia me mexer na cama, levantei com muito esforço e tentei tomar um banho, continuou doendo, a pequena mal conseguia sugar meu leite, fomos para a maternidade onde ela nasceu, ficamos esperando por horas ( com um bebê de 1 mês de vida ) mas nunca podiam atender, tinham muitos bebês nascendo naquele dia e o médico que estava de plantão não conseguia me examinar (vale salientar que era um domingo só para ajudar). Então voltamos p/ casa, tentei almoçar, alimentar o meu bebê, mas a dor parecia que piorava cada vez mais ( mil vezes a dor do parto do que essa que sentia). Então resolvemos ir na maternidade de novo, esperamos mais umas 2 horas mas finalmente fui atendida. Eis que descubro o motivo de tanta dor, mastite. Sério, eu não desejo esse episódio para ninguém. Eles me deram remédios ( os quais eu poderia tomar amamentando é claro) e me disseram que eu tinha que esvaziar o peito ao máximo, fazer compressas de agua fria e com uma toalha por em cima. Oferecer o peito para a minha filha a todo instante. Depois de uma semana tomando os remédios e o peito ainda doendo e acordando todos os dias lavando a cama em leite ( mesmo tirando um pouco de leite no banho) a dor não passava, e eu ainda moro numa outra cidade, ou seja, não tinha ninguém para me ajudar nessa hora. Meu marido não aguentava mais me ver chorando de dor ( eu juro mil vezes  encarar 10 partos do que essa dor profunda) fui na minha médica e ela me disse que se eu continuasse  teria que fazer uma cirurgia pois o caso estava grave demais. Eu chorei muito, era difícil ter que abrir mão disso, mas não tive escolha, ainda tentei usar a bombinha algumas vezes mas acabei tomando um remédio para fazer com que meu leite secasse ( o que demorou bastante) , minha filha teve que começar a usar fórmula (L.A) e eu tive muito medo que ela não fosse ser saudável, tive que ouvir muitas pessoas lamentando o tudo que ela perderia e se eu tinha certeza que não dava para voltar atrás. Até parece que como mãe eu não estava estilhaçada, aos pedaços, sentindo que falhei com algo tão importante. Não precisava de mais ninguém “apontando o dedo” eu mesma já o tinha feito. Mas foi assim que aconteceu, e minha filha pegou o leite artificial muito bem. Hoje com 7 meses de vida é uma bebê rica em saúde e com o peso na média. Fiz este post pois queria dizer aqui que jamais  eu deixaria de amamentar minha filha se isso não tivesse acontecido, e que o aleitamento materno é sim muito importante MAS se por um acaso  por um motivo muito forte você teve que deixar de amamentar, não se culpe tanto, nosso amor e carinho não diminuem por causa disso. Somos fortes e guerreiras do mesmo jeito, continuamos travando as nossas batalhas e lutando por tudo de melhor para os nossos pequenos. Portanto não baixe a cabeça, não deixe ninguém fazer você se sentir inferior ou “menos mãe” por causa disso. Nem sempre as coisas saem como nós planejamos mas se tem amor....tem tudo. Eu amamento minha filha com L.A SIM e ela continua sendo um bebê saudável, muito amada e feliz. Sou mãe real, onde a maternidade não é sempre um mar de rosas, mas faz a gente lutar e ser grata todos os dias.